"Sou uma mulher madura que as vezes anda de balanço , sou uma criança insegura que às vezes usa salto alto. Sou uma mulher que balança, sou uma criança que atura."

Martha Medeiros

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Centenário do Nascimento de Maria Bonita


Tem Maria por todo lado, por toda a história, por todas a vida. Maria tem um quê de luta, de esperança, de mulher. De tantas Marias escolhi a mais Bonita, em homenagem ao seu centenário de nascimento. Viva Maria Gomes de Oliveira, ou Maria Bonita, ou Rainha do Cangaço.

Maria Bonita nasceu no dia 08 de março de 1911 (não havia como ser em outra data), no Sítio Malhada da Caiçara, no município de Paulo Afonso, na Bahia. Seu primeiro casamento foi um desastre, como costumam ser todos os casamentos. Foi com um tal de Zé que ela se “ajuntou”, tinha magros 15 anos. A cada briga fugia para a casa dos pais, e foi em uma dessas fugas que encontrou Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, “o rei do cangaço”. Aí começou a história. Já fazia tempo que ela conhecia o grupo de Lampião, que sempre passava pela casa de seus pais. Virgulino era conhecido antigo da família. Bonita já admirava o cangaceiro, por isso quando este a convidou para ingressar no grupo, ela não pensou duas vezes e foi de coração aberto. Maria foi a primeira mulher do cangaço, e fez história.

Pelejou ombro a ombro e chumbo com chumbo. Pôs muito cabra pra correr. Viveu oito anos ao lado de Lampião e da caatinga. Pelejou até ser degolada viva em 28 de julho de 1938.

Maria Bonita morreu, outras Marias morreram e outras nascem. Mesmo omitidas, mesmo oprimidas, mesmo esquecidas, elas seguem lutando, como Maria da Penha. Bonita é a luta das nossas Marias nas ruas, nas escolas, nas casas, nas caatingas... Sempre pelejando pelo direito de ser mulher.

Às vezes o barulho dos homens consegue calar as mulheres, às vezes não consegue, tentaram calar Maria Bonita cortando-lhe a cabeça. Não adiantou.

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