"Sou uma mulher madura que as vezes anda de balanço , sou uma criança insegura que às vezes usa salto alto. Sou uma mulher que balança, sou uma criança que atura."

Martha Medeiros

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Luta da Mulher: A resistência que nunca acaba


A militância da mulher na esquerda é uma luta continua, hoje há espaços de resistência, porém, mesmo nesses espaços a mulher encontra dificuldades uma vez que somos todos filhos e herdeiros do machismo.

Por que discutir machismo na esquerda?

A esquerda tem como luta principal a contestação da ordem capitalista, o machismo é um dos principais pilares do capitalismo, logo a luta contra o machismo só poderia se dar no âmbito da esquerda, ao menos em tese. Contestar o machismo na direita é ilógico uma vez que a mesma tem como fundamento a mulher restringida ao privado e, quando fora dele, sendo oprimida nos mais diversos ambientes. A esquerda tem que ir contra essa reprodução ou será incoerente, a discussão em torno desse tema é pensar formas das mulheres resistirem para mudar esses espaços e dos homens construírem essa luta juntamente com essas mulheres, só assim haverá de fato um posicionamento de esquerda.

A resistência

Lembremo-nos que a mulher proletária somente passou a ter direito a alfabetização muito recentemente bem como deixou de se restringir apenas ao ambiente privado, por esta razão há SIM dificuldade em se manifestar enquanto intelectual, mesmo a luta da mulher, ou seja, sua história de resistência passou a ser estudada muito recentemente. Em círculos de discussão alguns homens se impõem com a voz, gritando, ou com gestos agressivos, a mulher dificilmente vai se manifestar diante de alguém assim, e se houver embate político ela vai encontrar dificuldade de se expressar diante do tom agressivo do militante, além disso, sabemos que nos espaços de militância de esquerda, ao menos os que não são totalmente voltados para a questão de gênero, a maior parte será composta por homens, a mulher já encontra uma desvantagem numérica, o que deve ser superado.

A Família

O mais comum nesses espaços é a reprodução da família. Por exemplo, se há um casal de militantes e eles têm um filho, quem ficará restrito a casa para cuidar da criança? Quem vai deixar de participar das discussões políticas? A mulher. É a reprodução da família, já dizia Engels que em outras sociedades o filho é social sob a responsabilidade de todos os integrantes de determinada sociedade, em nosso “bom e velho” capitalismo essa responsabilidade se restringe a mulher. Não há preocupação da maioria dos coletivos em um espaço para as crianças, que possibilitem que a mãe e o pai possam participar das discussões, inclusive esse é um dos motivos de haver poucas mulheres militantes, mesmo na esquerda as mulheres ainda estão restritas a casa cuidando de seus filhos e quando levam as crianças a debates e/ou discussões geralmente a solidariedade com a companheira partirá de outras mulheres.

Alternativas

Sabemos que tanto as mulheres como os homens reproduzem o machismo, porém a mulher ao negá-lo nega a um estado de opressão enquanto o homem se nega a um “privilégio”, cabe a esquerda como um todo, homens e mulheres, discutirem essa questão, alguns coletivos acham dificuldade nessa discussão por achar que é exposição de uma fragilidade dentro do movimento, porém o movimento é sim muito frágil, as discussões de seus problemas são tentativas de avançar na luta, caso contrário será um retrocesso continuo, a questão de gênero perpassa as mais diversas formas de opressão, já dizia Marx: A opressão do homem pelo homem iniciou-se com a opressão da mulher pelo homem, enquanto houver opressão machista a luta de classes se torna impossível. A luta não é só das mulheres, mas de todos que se dizem militantes da esquerda revolucionária.

Carpe

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