Nada sacia essa ânsia de viver,
Beber da fonte da vida,
Envenenar-se com o liquido da vida,
Asfixiar-se com tanto viver.
O grito não cala,
O coração não consente,
Os lábios estremecem.
O corpo recente
Não vive.
Depois da vida
O melhor é fenecer.
O sonho já não completa a fantasia,
O caminho não mostra o lugar,
O sono persiste,
Mas o corpo não quer descansar,
Os ouvidos ensurdecem
O silêncio não quer passar.
Um grito no escuro,
Silêncio na escadaria,
O andar quer correr,
O coração quer crescer,
O corpo quer explodir.
O sofrer faz-se sofrimento.
A razão esqueceu-se de raciocinar.
E o desejo afogou-se,
Pois foi brincar no mar.
Uma euforia febril,
Apodera-se deste ser
Que treme diante do espelho.
O tempo esqueceu-se que é tempo
E parou de contar.
Estás num vazio,
Sem ser, sem vida
Porém, tens que viver.
Carpe
|Me identifiquei muito com esse poema!
ResponderExcluir;)
Parabéns!
Esse expressionismo descrito na pintura complementa muita coisa de seu texto... é "O grito", o grito do qual tu disseste que não cala, aquele que ninguém ouve... e o ser somente deseja obter a compreensão... e apenas vive pois ainda tem vida... pois como diz Schopenhauer: "Onde houver vontade, haverá também vida."
ResponderExcluirBeijo.