"Sou uma mulher madura que as vezes anda de balanço , sou uma criança insegura que às vezes usa salto alto. Sou uma mulher que balança, sou uma criança que atura."

Martha Medeiros

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Pânico




Nada sacia essa ânsia de viver,
Beber da fonte da vida,
Envenenar-se com o liquido da vida,
Asfixiar-se com tanto viver.

O grito não cala,
O coração não consente,
Os lábios estremecem.
O corpo recente
Não vive.
Depois da vida
O melhor é fenecer.

O sonho já não completa a fantasia,
O caminho não mostra o lugar,
O sono persiste,
Mas o corpo não quer descansar,
Os ouvidos ensurdecem
O silêncio não quer passar.

Um grito no escuro,
Silêncio na escadaria,
O andar quer correr,
O coração quer crescer,
O corpo quer explodir.

O sofrer faz-se sofrimento.
A razão esqueceu-se de raciocinar.
E o desejo afogou-se,
Pois foi brincar no mar.

Uma euforia febril,
Apodera-se deste ser
Que treme diante do espelho.

O tempo esqueceu-se que é tempo
E parou de contar.

Estás num vazio,
Sem ser, sem vida
Porém, tens que viver.

Carpe

2 comentários:

  1. |Me identifiquei muito com esse poema!
    ;)
    Parabéns!

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  2. Esse expressionismo descrito na pintura complementa muita coisa de seu texto... é "O grito", o grito do qual tu disseste que não cala, aquele que ninguém ouve... e o ser somente deseja obter a compreensão... e apenas vive pois ainda tem vida... pois como diz Schopenhauer: "Onde houver vontade, haverá também vida."

    Beijo.

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